A Secretaria de Educação de Lagoa Seca iniciou nesta terça-feira (28) as atividades pedagógicas em torno do 4º bimestre da rede municipal de ensino. A etapa de mais um ciclo educacional traz dessa vez a temática “Diversidade e Inclusão: por uma cultura de paz” como eixo principal diante dos trabalhos que serão desenvolvidos por professores e alunos até o fim do ano.
Devido à pandemia, o momento foi apresentado por meio de uma transmissão ao vivo nas redes sociais da prefeitura. A professora e doutora em História, Auricélia Lopes, foi uma das personalidades mais aguardadas para o encontro pedagógico. A palestrante explicou, na sua opinião, como os conceitos de diversidade e inclusão estão interligados.
“Só poderemos ter paz onde há inclusão e diversidade. Entender inclusão é mais do que reconhecer o lugar do outro, é reconhecer que o outro também habita em nós, na nossa existência, na nossa vida […] Compreender que diversidade traz esse ‘outro’ [pessoa], e esse ‘outro’ que vem da diversidade é o mesmo que mora em nós”, avaliou a docente.
Questionada como a rede educacional poderia atuar de forma mais prática, com ações exequíveis diante da proposta de inclusão social, Auricélia afirmou que basta buscar da alma o melhor caminho para aprender.
“Hoje, no Brasil, a inclusão não é mais uma opção da escola, dos professores e da própria sociedade, é lei. Faltam ferramentas, falta formação nas licenciaturas. Meu conceito de inclusão é uma forma de sentir, pensar, ver, ouvir. E isso nem um curso nem uma formação continuada vai nos ensinar a aprender, porque isso desde sempre está na alma da gente”, disse.
Em seu discurso, o secretário de Educação Iran Stênio lembrou da recente Primeira Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, evento organizado pela prefeitura, e da necessidade de adaptação dos seres humanos com a covid, uma vez que o sistema híbrido está prestes a ser adotado nas escolas da rede municipal.
“Há poucos dias tivemos a Primeira Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, afirmando o compromisso da gestão com a causa, que é de todos, de todas. Nós estamos prestes ao retorno híbrido nas nossas escolas e vamos encontrar essa grande diversidade [pessoas prontas para voltar, outras não]. Entretanto, sabemos que é fundamental nos adaptarmos à doença (covid), já que ela veio para ficar. Vamos seguir ao máximo todos os requisitos sanitários estabelecidos pelas autoridades de saúde”, comentou Iran.
Para o professor João Pereira Neto, o encontro pedagógico acertou em possibilitar a vinda da professora Auricélia Lopes para palestrar na abertura do 4º bimestre “Auricélia é uma grande teórica. Como aluno dela que já fui, a gente pôde ver esse olhar diferenciado para a inclusão, para a diversidade, buscando trabalhar as identidades de cada um, olhando para o indivíduo como indivíduo, e não como ‘massa’. Saber, entender e praticar a inclusão. Então é uma palestra numa hora oportuna. Além de refletir, é preciso colocar tudo isso em prática nas nossas salas de aula”, avaliou o também docente da disciplina de História.
Ele ainda endossou “A dignidade do outro vem sendo muito atingida, e nas escolas é onde se aprende a incluir, a respeitar as diferenças. E se a gente não constrói um ambiente onde as pessoas aprendam a respeitar a diferença desde pequeno [na infância], quando adulto isso será bem difícil.”
O evento ainda trouxe as participações da psicóloga Arilane Vasconcelos e do missionário Teto Fonseca. Nesta quarta-feira (29), segundo e último dia do encontro, coordenadores de cada área da Educação vão se reunir com seus professores, também remotamente, para tratar sobre as propostas e encaminhamentos de ensino voltadas ao 4º bimestre.