Por Mayara Bezerra e Danielle Lima
A Oficina de Confecção de Bonecas, ministrada pela professora de Artes, Lis Basílio, aconteceu no Salão Paroquial, no centro da cidade e reuniu aproximadamente 30 jovens atendidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (PETI). O Festival do Artista Popular ainda não foi oficialmente aberto, mas as atividades já foram iniciadas com as oficinas de Arte e costura, ministradas no todo o dia 22 de agosto.
No período da tarde, o eixo central de discussão era a Cultura Africana através da confecção de bonecas ABAYOMI.
A professora Lis Basillo explica que esse momento é “um encontro da cultura africana com a cultura de Lagoa Seca”, resumiu.
Ainda conforme a professora, durante a época da escravatura, as negras que eram transportadas nos navios junto a centenas outros escravos, viam na confecção da Abayomi uma solução para acalmar o choro de seus filhos, comenta a professora: “para amenizar o sofrimento dos filhos rasgavam um pedaço de tecido da saia e faziam as bonecas”.
Essa história é revisitada pelos jovens de Lagoa Seca através do artesanato. Sem deixar que o valor simbólico dessa produção se perca, a oficina tem como objetivo não só incentivar a produção artesanal, mas também trazer à tona um pedaço da história do Brasil.
ABAYOMI é uma boneca de pano, sem costura, feita com nós e tecido, o nome quer dizer ‘Encontro Feliz’ ou ‘Encontro Precioso’. Presentear alguém com uma boneca Abayomi significa que você está oferecendo tudo de bom que há dentro de você. A participante da Jaqueline diz que o projeto abre portas principalmente para os jovens, com a possibilidade de aprender outras culturas e que, dessa forma, ela sente que está fazendo parte da história. Entre pardos, negros, brancos e amarelos, várias bonecas Abayomi foram confeccionadas, história e artesanato coloriram a tarde do dia 22, na 1ª Festa de Artesanato de Lagoa Seca.