A sabedoria de um homem e suas histórias contadas em rimas e versos. Seja num folheto ou declamando, Zacarias Jerônimo da Costa improvisava e levava seus cordéis aos lugares por onde passava. Por causa do seu trabalho e compromisso com a cultura, através da literatura de cordel, é que um dos primeiros moradores da cidade será homenageado, perpetuado pelo tempo e história, tendo o nome em umas das praças que passaram por reforma na gestão Fábio Ramalho.

Não se sabe ao certo o número exato do trabalho em cordel que ficou de Zacarias – pouco do que restou se encontra disponível na Secretaria de Educação para trabalhos e estudos em sala de aula e em algumas
universidades públicas –, o que se tem guardado, de fato, é a vocação de um homem apaixonado pelo que fazia até os 93 anos de idade.

No ano passado, um projeto de Lei de N° 11/2019 aprovado na Câmara de Vereadores, de autoria do parlamentar Paulo da Costa Patriota, denominava a praça próxima à Cagepa de “Praça Zacarias Jerônimo da Costa”, no entanto, no mesmo mês, uma emenda aditiva do vereador Marcone Sampaio de N° 001/2019 à Lei N° 319/2019 foi aprovada pelos pares na Casa e passou a vigorar com a seguinte redação “Praça da Bíblia Zacarias Jerônimo da Costa”, tendo a sanção do prefeito Fábio Ramalho no mesmo ano.

Depois de meses passando por uma revitalização, a praça será inaugurada na manhã deste sábado (4), pelo gestor municipal e outras autoridades locais. Durante todo o dia, outras ações farão parte da programação de encerramento da festa de aniversário de 56 anos de emancipação política de Lagoa Seca.

Procurada para contar a vida do avô, Valéria da Costa Silva, uma das netas de Seu Zacarias, mencionou um aspecto curioso do cordelista, é que ele fazia composições para as letras de músicas durante as campanhas dos políticos da cidade.
Meu avô nunca se envolveu diretamente com a política, apesar de ter tido um irmão que foi vereador (Daniel Jerônimo, vulgo Paizinho Touro), porém, fez muita letra de musicas e até cordéis para os políticos da época. Gostava de tudo aquilo”, lembra.

Também agricultor, o poeta sempre encontrou inspiração para suas poesias. Nasceu e viveu no sítio Floriano junto aos seus irmãos. Depois de se casar, passou a residir no Covão. Por diversas vezes, era contratado por fazendeiros para declamar seus folhetos, forma antiga de entretenimento das pessoas nos anos 50 e 60. Entre as suas principais literaturas estão “O bingo do Açude Velho” e “O cachorro veludo e o menino da espada”. Zacarias morreu em 2002, deixando nove filhos e um legado na literatura regional e nacional.

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