A Prefeitura de Lagoa Seca, por meio da Vigilância Socioassistencial, órgão ligado à Secretaria de Assistência Social, promoveu, nesta quinta-feira (13), uma mesa redonda para debater o panorama do trabalho infantil no município.
A mesa redonda fez parte da semana de ações desenvolvidas para mobilizar a população contra o trabalho infantil, instituído no dia 12 de junho. Representantes de setores da gestão, como Educação e Assistência Social, participaram do momento, a fim de enriquecer o debate e pensar estratégias de resolução dessa problemática.
Na terça-feira, durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, membros da Vigilância Socioassistencial usaram a tribuna do parlamento para discutir o assunto e pedir reforço por parte do poder público.
Segundo dados apresentados pela psicóloga Thaísa Santos, o número de famílias em situação de trabalho infantil, em Lagoa Seca, vem caindo. Em 2012, a cidade contava 2 mil casos. Do ano passado até abril deste ano, 51 notificações foram registradas. Apesar da diminuição considerada, é preciso ter cautela diante dos números. Isso porque, segundo a profissional, pode haver ausência de denúncias, ou seja, subnotificações que impedem o rastreamento de casos.
Para Cecita Jerônimo, responsável pela Vigilância Socioassistencial, o trabalho infantil é considerado “invisível”, pois muitas famílias ainda não sabem diferenciar certas rotinas diárias, que crianças e adolescentes devem ter em casa, e acabam levando seus filhos a trabalhos pesados, tirando, por vezes, o menor da escola. A coordenadora lembrou, ainda, que privações de uma infância plena, com sonhos, brincadeiras e educação, as crianças que trabalham carregam graves consequências para a vida adulta, como impactos físicos, psicológicos e econômicos, além da perpetuação do ciclo da pobreza, repetido de geração a geração.